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Carta Manifesto da ACDA contra os rodeios

Associação Cachoeirense de Defesa Animal - A.C.D.A. vem a público para expor dez razões pelas quais é contra os rodeios, vaquejadas, touradas e eventos semelhantes:

1- Os rodeios são uma exploração econômica da dor dos animais que deles participam, porque os submetem a práticas cruéis para realização do espetáculo.

2- Os pulos e pinotes (corcoveios) dos animais exibidos em rodeios resultam da dor e tormento de que sofrem, não só pelas esporas que lhes machucam o pescoço e baixo-ventre, mas também pelo sedém, espécie de cinta amarrada e esticada ao redor do corpo do animal, na região da virilha, puxada ao máximo no momento em que o animal é solto na arena. No bovino, o sedém passa sobre o pênis; no equino, passa sobre a porção mais anterior do prepúcio, onde se aloja o pênis do animal.

3- É falsa a impressão de que os animais exibidos em rodeios são bravios e selvagens, uma vez que se trata de equinos e de bovinos absolutamente mansos, cujos saltos, coices e corcoveios decorrem da tentativa desesperada de se livrarem dos instrumentos que os fazem sentir sofrimento físico e mental provocado, sobretudo, pelo uso do sedém e das esporas.

4- Durante uma prova de perseguição seguida de derrubada na arena da 56º Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, um garrote teve de ser morto, em virtude da paralisia permanente provocada pelo peão que lhe quebrou a coluna vertebral.

5- Na prova denominada “bulldogging”, o peão desmonta de seu cavalo, em pleno galope, atirando-se sobre a cabeça do garrote em movimento, devendo derrubá-lo ao chão, agarrando-o pelos chifres e torcendo-lhe violentamente o pescoço, o que pode ocasionar ao animal deslocamento de vértebras, rupturas musculares e diversas lesões em razão do impacto recebido em sua coluna vertebral, e sua morte.

6- Cruéis também são as provas de laço. Na “Calf Roping”  (laço do bezerro), o laço que atinge o pescoço do bezerro o faz parar de forma inesperada, puxando-o para trás, em sentido contrário ao que corria. O laçador desce do cavalo e, segurando o bezerro pelas patas, ou até mesmo pelo couro, ergue-o do solo até a altura da cintura do laçador, para em seguida atirá-lo violentamente ao chão, sendo três de suas patas amarradas juntas. São utilizados bezerros de apenas quarenta dias de vida, já que o animal não pode ultrapassar 120 quilos. Por se tratar de uma competição, cujo tempo é fator primordial, tudo é feito de maneira rápida, grosseira e às pressas, aumentando a possibilidade de traumatismos que resultam em sequelas, tais como rompimento de órgãos internos, lesões nos membros, nas costelas e na coluna vertebral, além de deslocamento de vértebra e de disco intervertebral.  E em morte.

7- Além disso, os bezerros utilizados em tais provas são submetidos à falta de alimento para que mantenham um peso bem abaixo do normal e, dessa forma, tenham a leveza e o movimento exigidos por essa modalidade. Se o bezerro fosse alimentado adequadamente, seu peso dificultaria a atividade do peão de segurá-lo e de levantá-lo do solo, comprometendo a execução da prova. A má alimentação leva à desnutrição, o que também traz sequelas.

8- Na “Team Roping” (Laço em Dupla), um dos peões laça a cabeça de um garrote, enquanto o outro laça-lhe a perna traseira; em seguida, os peões o esticam entre si, resultando em sérios danos à coluna vertebral e em lesões orgânicas.

9- E nas denominadas “vaquejadas”, a violência não é menor. O gesto brusco de segurar violentamente o animal pelo rabo pode causar luxação das vértebras, ruptura de ligamentos e de vasos sanguíneos, estabelecendo-se, portanto, lesões traumáticas com o comprometimento, inclusive, da medula espinhal. Não raro, sua cauda é arrancada, já que o vaqueiro se utiliza de luvas aderentes.

10- Convém esclarecer que a situação de flagelo não se restringe ao momento do “espetáculo”, nem à utilização de sedém e outro aparatos cruéis, pois tudo o que envolve a prática acarreta sofrimento ao animal. É o que ocorre por ocasião dos treinos, do transporte, durante toda a preparação e até da tortura prévia a que é o animal submetido para forjar uma perseguição.

Importante esclarecer que a A.C.D.A. não é contra a festividade, que pode e deve ocorrer, mas sem os espetáculos cruéis que envolvam animais.

Nova Friburgo possui lei municipal desde 2010 que proíbe a realização de rodeios, touradas e eventos similares no município.

Muito outros municípios brasileiros estão em movimento para a proibição desses espetáculos de maus-tratos.

E Cachoeiras de Macacu? 

A A.C.D.A. É CONTRA ESSA CRUELDADE.

E VOCÊ?

FESTIVIDADE SIM.  RODEIO NÃO.

PELA DEFESA DO BEM-ESTAR E CONTRA OS MAUS-TRATOS DOS ANIMAS USADOS EM RODEIOS.

PELA ELABORAÇÃO DE LEI MUNICIPAL QUE PROÍBA OS RODEIOS, VAQUEJADAS E SIMILARES EM CACHOEIRAS DE MACACU.

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A febre que mata
Por Ronaldo Rocha
(Publicado no Jornal Cachoeiras em 22/09/2012)

Os carrapatos são hematófagos vorazes, saciam seu apetite sorvendo na maior parte da vida o sangue de suas vítimas. Como vetores de doenças só perdem para os mosquitos.
A Febre maculosa é provocada por uma pequena bactéria do gênero Rickéttsia, é uma enfermidade com baixa letalidade quando diagnosticada a tempo, o que é crucial para o sucesso do tratamento.
Nosso município possui condições climáticas ideais para a proliferação de carrapatos, chegando a explosivas infestações em determinados locais. Quanto maior a densidade populacional desses artrópodes, maior a exposição e risco de contaminação.
A severidade do quadro clínico é dependente das alterações que esta minúscula bactéria provoca na parede interna dos vasos sangüíneos.
A confusão feita com outras enfermidades como a dengue hemorrágica, leptospiroses, meningites e pneumonias; a falta de consistência na anamnese (o paciente não relata o contato com o vetor, por não conseguir vê-lo) e, por ser uma enfermidade qualitativa e não quantitativa, são barreiras para um diagnóstico preciso.
Na verdade o homem é um hospedeiro acidental do microorganismo que circula entre animais vertebrados e invertebrados, seu meio natural. A fase adulta do carrapato tem pouca importância na transmissibilidade, além de, não apreciar o sangue humano são grandes o bastante para não serem identificados a tempo. O contágio acontece principalmente através das fases jovens, representadas pelas larvas (micuins) e ninfas (vermelhinhos), o seu pequeno tamanho faz com que passem despercebidos. Para que a bactéria da febre maculosa passe para o organismo humano é necessário que o carrapato esteja grudado no corpo da vítima por algumas horas.
Sendo impossível evitar locais infestados, use roupas claras e de mangas compridas com a bainha da calça dentro do calçado e ao caminhar evite as laterais das trilhas. Os artrópodes da família Ixodidae procuram o ápice dos arbustos na expectativa de ser levado por algum transeunte humano ou animal.
Não esmague ou queime o carrapato, o stress faz com que liberem grande quantidade de saliva e conseqüentemente de bactérias no local da picada.
Quem possui animais domésticos deve mantê-los livres dessa praga, os cães são vítimas freqüentes de enfermidades perigosas transmitidas por estes vetores como a Erlishiose e a Babesiose.
Num quadro febril com história de picada prévia por carrapatos, é bom procurar o médico.
* Os artigos são de inteira responsabilidades de seus autores.                                                                                
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Cães - heróis anônimos
Por Ronaldo Rocha
(Publicado no Jornal Cachoeiras em 15/09/2012)

A mais antiga raça de farejadores que se tem notícia é o “Grande azul da Gasconha”, descendente de cães trazidos pelos mercadores fenícios. Os farejadores são utilíssimos como adjuvantes nas operações de salvamento nas grandes tragédias humanas.
Não são dotados de boa visão, mas em compensação possuem um espectro visual privilegiado de quase 270°, a humana é de 180°, muito útil na procura em escombros.
Os cães de resgate latem incessantemente se a vítima estiver viva, indicando ação rápida de socorro, do contrario a rapidez já não é tão necessária
São quesitos para ser um herói anônimo: curiosidade exacerbada, ser bastante brincalhão, ter excelente olfato, ser destemido, de tamanho adequado e bastante resistente. Os mais utilizados são o pastor, boxer, dobermann, golden e o labrador, este detém o título de grande farejador, dispondo de suas quase 200 milhões de células olfativas.
Eles estão sempre juntos dos bombeiros e policiais, auxiliando na busca de explosivos, procurando pessoas perdidas e detectando drogas, operação que teve início no Vietnam quando soldados americanos tiveram perigoso envolvimento com heroína. No passado esses “cães polícia” eram drogados e conduzidos à extrema dependência para que a crise de abstinência os levasse a procura ávida da droga. Os animais morriam pouco tempo depois com falhas cardíacas, hepáticas e renais, o que levou ao abandono da prática.
“Cães geólogos” buscam minerais sob o solo, os “meteorologistas” anteveem intempéries e os “trufeiros” localizam as saborosas, nutritivas e aromáticas trufas – fungo subterrâneo comestível que vive na raiz de determinadas árvores. Só o cão, o porco e a uma mosca consegue sua localização exata.
Animais enfermeiros ajudam na convalescência e recuperação de pessoas doentes, na Europa participam de um terço das terapias de reabilitação.
Tem os que encontram obras de arte roubadas, os que detectam vazamentos de gás e outros que desempenham um papel importante na elucidação de crimes, como os “cães forenses”.
“Onde estiver o homem lá estará o cão; companheiro, fiel e dotado de uma inteligência peculiar. Não é a toa que é o seu melhor amigo”.
* Os artigos são de inteira responsabilidades de seus autores.                                                                                
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Simpósio animal superou expectativa
Por Ronaldo Rocha
(Publicado no Jornal Cachoeiras em 08/09/2012)


A ACDA (Associação Cachoeirense de Defesa Animal) promoveu o “1° Simpósio de Bem-estar animal de Cachoeiras de Macacu” que aconteceu domingo passado, no Centro de Cultura e Arte, com temas e experiências colocadas por palestrantes de renome, voltados ao respeito e atenção aos animais errantes e maltratados.
Quem assistiu as apresentações teve a oportunidade de conhecer e entender melhor os agravos e o que se processa na desajustada relação que o homem impõe aos animais baseada no desrespeito, abandono e atrocidades.
A qualidade de vida animal, seus problemas e possíveis soluções, as injúrias do descontrole populacional de cães e gatos e as zoonoses - que são doenças animais que podem afetar o homem e vice versa, foram com simplicidade e conhecimento abordados por: Elizabeth McGregor do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Rita Paixão e Juliana de Oliveira, da Universidade Federal Fluminense. Também participaram Elyzabeth da Cruz Cardoso da UFF, Edna Telles, Sara Leite da PMCM, Flávio Moutinho da Prefeitura Municipal de Niterói e Leandro Aquino, Delegado da 159ª Delegacia de Polícia Civil.
Os que se sensibilizam com o problema devem cooperar com as atividades desenvolvidas. Se cada um ajudar, não só o futuro dos animais do nosso município será melhor, também seremos referencia com relação à causa animal.
Como disse Mônica Jardim da ACDA, “Cachoeiras possui um diferencial, sua sociedade é bastante terna com a causa animal”. Só basta despertá-la.
Para maiores informações acesse: www.acdaoficial.blogspot.com.br
* Os artigos são de inteira responsabilidades de seus autores.                                                                              
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Castração: necessária e controversa
Por Ronaldo Rocha
(Publicado no Jornal Cachoeiras em 25/08/2012)

Num passado recente o sacrifício em massa nos centros de zoonoses era prática comum no País, ainda hoje Brasília se utiliza desse método. Animais resgatados das ruas que não conseguiam adoção eram sumariamente holocaustiados nas câmaras de extermínio. Sob forte pressão popular essa atitude extrema de controle deu lugar aos abrigos públicos, mas muitos se tornaram verdadeiros campos de concentração e depósitos desumanos de animais.
Agora é a vez da castração que apesar dos seus contratempos é aceita por todos, e é de grande importância no conjunto de ações voltadas ao controle dos animais abandonados, o controle populacional futuro será pela posse responsável que virá através do despertar da consciência das novas gerações.
A infecundidade da fêmea se dá pela supressão do cio já iniciado, seu retardamento temporário e esterilização permanente com a retirada radical de órgãos reprodutores.
Muitas são as vantagens da castração, tanto na esfera comportamental como na relacionada à prevenção de enfermidades e distúrbios reprodutivos, este procedimento é um forte aliado no controle populacional de animais abandonados. É um método eficaz quando acompadrados a medidas conscientizadoras e restritivas.
Os animais debilitados pelas intempéries da vida errante podem transmitir zoonoses, doenças comuns ao homem e animais, algumas dessas enfermidades estão em expansão como a leishmaniose e a esporotricose.
Com relação à saúde animal, o procedimento cirúrgico suprime a falsa prenhez, como também reduz a incidência de tumores mamários, isto quando é realizado antes do primeiro cio, após o terceiro o efeito preventivo já não mais existe. O risco de problemas genitais desaparece com a cirurgia, embora possa ocorrer infecção na cérvix uterina remanescente e síndrome do ovário persistente se sua retirada não for total. Nos machos previne distúrbios testiculares e prostáticos, e corrige alguns comportamentos indesejáveis. A castração também evita as doenças sexualmente transmissíveis como o linfossarcoma venéreo.
A ovariosalpingohisterectomia segundo alguns, tem lá suas implicações: vulva infantil, incontinência urinária, síndrome urológica felina, hipoandrogenismo e diminuição da atividade física voluntária. Com a retirada das gônadas e seus hormônios o metabolismo decresce, a atividade física diminui com aumento do limiar de saciedade, levando a adiposidade e suas consequências, o que pode ser evitado com alimentação equilibrada e racional.
A coesão de atitudes e ações voltadas à causa animal cresce a cada ano através de grupos e associações, num futuro os frutos serão colhidos e o desrespeito aos animais e a própria vida serão coisas do passado. Parabéns a ACDA (Associação Cachoeirense de Defesa Animal).                                              * Os artigos são de inteira responsabilidades de seus autores.                                                                            
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Do lobo cinzento ao cão
Por Ronaldo Rocha
(Publicado no Jornal Cachoeiras em <data a conferir)

Dentre os animais, o cão provavelmente foi o primeiro a ser domesticado. Tudo começou na Ásia a aproximadamente uma centena de mil anos, quando lobos cinzentos (Canis lupus) em busca de restos de carcaças animais, rondavam os acampamentos pré-históricos. Sua primeira utilização pode ter sido de guarda, denunciando a presença de animais selvagens, como os grandes felinos que rondavam as habitações humanas, posteriormente foram usados na caça. Supõe-se que nesta época o homem desenvolveu a fala, superando o robusto Homo sapiens neandertalensis.
Filhotes de lobos cinzentos eram capturados, e descartados os indomesticáveis, também impedidos de acasalar.
Segundo a seleção natural proposta por Darwin, só os mais aptos reproduzem e após gerações, os genes problemáticos são eliminados prevalecendo os mais fortes, por isso os animais selvagens possuem maior resistência física e psicológica comparado aos domesticados. Com a domação, teve início a seleção artificial, originando as 400 raças caninas conhecidas, sendo a maior o irlandês Irish Wolfhound e a menor a mexicana Chihuahua. Características fisiológicas e mentais almejadas, foi com o tempo direcionadas levando a repetição de genes e o aparecimento da homozigose e suas consequências, como o excesso de pele do Sharpei, o focinho sulfocante do Buldog, a agressividade descontrolada em algumas raças, a surdez do Dálmata, o descontrole do Cocker americano, a hiperatividade do Borden, além da displasia coxofemoral, miopia, problemas de pele e distúrbios psicológicos.
Os nossos melhores amigos possuem inúmeras utilidades resultante de sua considerável inteligências, relativa docilidade, excelente olfato e audição, e estrutura hierárquica parecida com a dos humanos. Atividades de caça, pastoreio, guarda, guias de cegos, terapia alternativa, trenó, polícia, resgate, guerra e companhia são exercidas por estes animais em todo mundo.
Os cães são dotados de olfato bastante aguçado, tendo quarenta vezes mais células olfativas que os humanos, que são úteis na identificação de vazamentos de gás, drogas escondidas, pessoas soterradas, trufas e minas terrestres. Sentem resquícios do cheiro de pessoas que passaram por um determinado local há vários dias.
São capazes de ouvir ultrassons: sua faixa de freqüência sonora vai de 10 a 60 Khz enquanto a nossa é de 16 a 22 Khz. Detectam o som quatro vezes mais distante do que nós e em apenas seis centésimos de segundos percebem sua origem.
Como falou Théo Gygas em O cão em nossa casa : “De todos os animais que conhecemos é o cachorro o que mais se uniu a nós. Sejam príncipes que lhe dão farta comida e leito de plumas, ou mendigos que dormem ao relento e só podem oferecer-lhe uma pequena parte das suas próprias migalhas; idêntica é a sua afeição e dedicação e com igual amor lambe a mão ornada de jóias e os dedos trêmulos, consumidos pela doença e fome”.
Segundo pesquisas neurológicas recentes o modelo cerebral do cão é igual ao do homem, diferenciando-se no desenvolvimento das partes.
* Os artigos são de inteira responsabilidades de seus autores.                                                                                
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Peixe morre é pela boca
Por Ronaldo Rocha
(Publicado no Jornal Cachoeiras em 11/08/2012)

Muitos distúrbios, de letalidade e morbidade consideráveis são contraídos pela ingestão de sólidos ou líquidos alimentares contaminados por microorganismos patogênicos ou suas toxinas.
A falta de higiene durante a manipulação de alimentos aumenta o risco de contaminação. A bactéria Salmonela presente na carne de frango e ovos podem causar sérios danos à saúde, especialmente em crianças, idosos, gestantes e pessoas debilitadas. Outra bactéria muito conhecida e que pode até matar é o anaeróbia Clostridium encontrada nos enlatados, causadora do botulismo.
Contaminação é a presença de qualquer matéria estranha que não pertença ao alimento, ela pode ser física (cabelo, barba, pedaço de unha, fragmento de palha de aço, pedra ou caco de vidro); química (produto de limpeza, inseticida) ou biológica (vermes, fungos, bactérias, vírus e protozoários). Nem todos os microorganismos causam doenças, os úteis ajudam na produção de leite fermentado, queijos e iogurte, os deteriorantes estragam os alimentos alterando seu aspecto, odor e sabor e os patogênicos provocam males diversos a saúde.
Trazemos em nossa boca, nariz, cabelo, mãos e pele um exército de micróbios que podem ser levados ao alimento, o manipulador saudável e limpo evita doenças pelo consumo de alimentos contaminados.
É extremamente angustiante estar sentado num bar, num restaurante ou num trailer bebendo uma gelada ou degustando uma refeição, na presença de uma repugnante Bratella (barata francesinha) ou de uma Periplaneta (barata voadora). Outra hipótese é a de sermos servidos em pratos ou talheres sujos, em copos descartáveis reutilizados ou por um atendente com as mãos duvidosas que manipularam nojentos reais antes de trazer nosso alimento.
É necessária atenção permanente no que ingerimos, sempre observar as condições sanitárias do estabelecimento, o prazo de validade de bebidas e alimentos, utilizar copos descartáveis, canudinhos e exigir dos órgãos responsáveis permanente fiscalização voltada às condições sanitárias do ambiente, dos utensílios, dos produtos e dos manipuladores.
A boa aparência dos alimentos não são fatores indicadores para reconhecer se o alimento irá provocar uma doença alimentar. Alimentos bonitos, cheirosos e gostosos podem conter microorganismos causadores de doenças.

* Os artigos são de inteira responsabilidades de seus autores.                                                                              
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Doenças que assustam
Por Ronaldo Rocha
(Publicado no Jornal Cachoeiras em <data a conferir>)

Desde o início do ano quase uma centena de mortes foi registrada, principalmente na região sul do país, devido à gripe A que tem como protagonista o vírus influenza H1N1. Normalmente não é muito patogênico, causando sintomas leves em suas vítimas, mas é bom lembrar que variantes atipicamente severas podem ocorrer em suas mutações, como exemplo a da espanhola que assolou o mundo matando quase 100 milhões de pessoas entre 1918 e 1919. O vírus da gripe tem vários subtipos e atinge os equinos, suínos, aves, focas e o homem. O H1N1 é resultado de fragmentos genéticos desses hospedeiros e é o mais novo vírus originado de animais a afetar o homem.
A Febre maculosa veiculada principalmente por carrapatos não é tão letal, a demora no diagnóstico pela sua similaridade inicial com outras enfermidades é que a torna perigosa.
A Hantavirose possui alta letalidade, é transmitida por ratos e cresce principalmente na região sul do país. O hantavírus provoca hemorragias e alterações cárdio pulmonares que podem ser fatais.
A Leishimaniose inicialmente silvestre é hoje um grande problema de saúde no mundo, tem o cão como reservatório nas cidades e encontra-se em expansão; das doenças parasitárias só perde para a Malária. No início do século foram registrados trinta e um mil casos, é uma zoonose em franca urbanização.
A Dengue que apresenta uma forma hemorrágica mortal já faz parte de nosso cotidiano, é transmitida pelo Aedes aegypti, que também veicula a temível febre amarela na Amazônia com casos isolados em alguns estados.
O Mal de Chagas inicialmente restrito aos mamíferos silvestres como gambá, tatu e roedores, infectam hoje quase cinco milhões de pessoas no país. Na década de 80 dezenove estados com quase dois mil municípios foram considerados zonas endêmicas dessa zoonose. A crescente urbanização chagásica resulta da migração rural, forçada pelo desequilíbrio social e econômico.
O Brasil é o maior celeiro de Arbovirus (vírus transmitidos por artrópodes, como os mosquitos) no mundo, onde cada espécie vegetal ou animal alberga pelo menos um tipo. Das treze dezenas catalogadas até o momento, um pouco mais de três infectam seres humanos. São responsáveis por doenças febris como Dengue clássico, Mucambo, Xingu e as febres hemorrágicas, Dengue 2, Hantavirose e Amarela, além da encefalite Tucunduba.
Barragens, monoculturas, garimpos, hidrelétricas e a ocupação desordenada e predatória do solo, das matas e florestas afetam de maneira constante o ciclo natural dos micros agentes patogênicos, retrazendo doenças perigosas para a atualidade.
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Mês do cachorro louco
Por Ronaldo Rocha
(Publicado no Jornal Cachoeiras em 21/07/2012)

Dizem que agosto é sem gosto e carregado de acontecimentos trágicos, alguns ficaram na história, como o suicídio de Vargas, renúncia de Jânio, morte trágica de Kubitscheck, bomba atômica em Hiroshima, massacre de São Bartolomeu, ascensão de Hitler e construção do muro de Berlin. Agosto também é conhecido como o mês do cachorro louco, por isso que a campanha de vacinação antirrábica é realizada em setembro, mês em que se comemora o dia mundial contra a raiva.
Deixando as superstições e sortilégios de lado, a verdade é que a intensidade luminosa nessa época do ano mexe com a libido dos animais, que com patadas e mordidas brigam pela supremacia sexual; tudo que o vírus da raiva precisa pra sua propagação. Seu principal reservatório na área urbana é o cão que dissemina o vírus através da saliva, mas outros mamíferos também podem estar envolvidos. A única forma de transmissão conhecida entre humanos é através do transplante de córnea.
Aristóteles, aluno de Platão, já alertava sobre o perigo da mordida de cães raivosos, quando acreditavam que sede intensa, insatisfação sexual, tara exacerbada e ingestão de alimentos quentes ocasionavam a doença.
Através da arranhadura, mordida ou lambedura de mucosas, as partículas virais presentes na saliva do animal raivoso chegam aos nervos periféricos, alcançando a velocidade de 1 mm por hora em direção ao sistema nervoso central.
A vítima permanece consciente até a fase de excitação, quando contrações na musculatura da garganta dificultam a deglutição. A hidrofobia é caracterizada por espasmos violentos na presença de água, essa reação não é observada no cão. Nesta fase pode advir hostilidade, agressão, alucinação e ansiedade extrema resultante de estímulos aleatórios visuais e acústicos, culminando com a paralisia, asfixia, coma e morte.
O homem e os animais domésticos são hospedeiros acidentais, o grande reservatório natural do vírus são os mamíferos silvestres.
Cães e gatos devem ser vacinados anualmente contra a raiva, em beneficio de homens e animais.
Quando o assunto é raiva lembro-me do grande catedrático Dr. Renato Silva e suas moráveis aulas de virologia nas salas da UFRRJ.
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Programa de zoonoses e atenção animal
Por Ronaldo Rocha
(Publicado no Jornal Cachoeiras em <data a conferir>)

As zoonoses são comuns a homens e animais; algumas fatais como a Raiva, a Maculosa, a Leptospirose e o Calazar. São quase duas centenas e constituem a maioria das infecções e parasitoses humanas.
O desenvolvimento de um programa de zoonoses e atenção animal é inadiável, urge proteger a saúde coletiva e proporcionar vida digna a outras espécies.  A Organização Mundial de Saúde (OMS) hoje recomenda posturas éticas com relação aos semoventes, ao meio ambiente e a todas as formas de vida do planeta, salvaguardada a saúde pública.
A simples remoção dos animais errantes das ruas não tem mostrado eficácia.  O ambiente não cria perspectivas favoráveis, onde são mantidas as condições de abrigo, água, alimento e inconsciência, adequadas a perpetuação do problema.
São de grande importância a esterilização, a educação, a posse responsável e o implemento de leis.
Também são relacionados ao programa atividades de controle dos animais sinantrópicos – os que nos rodeiam a despeito de nossa vontade, como rato, morcego hematófago, caracol africano, barata, pulga, mosquito e escorpião.   
O encargo e o compromisso de cada indivíduo para com outros seres vivos são inversamente proporcionais à densidade populacional dos abandonados.
Uma cidade com um imenso potencial turístico banhado por cristalinas águas, não pode ter animais infelizes e nauseabundos soltos nas ruas, ratos passeando pelas madrugadas, noctívagos caracóis devastando as plantações e mosquitos virulentos repastando nosso sangue ao entardecer.
Os incansáveis membros da Associação Cachoeirense de Defesa Animal (ACDA) vêm desenvolvendo um trabalho importantíssimo com relação à atenção animal com ênfase à educação e ao despertar da consciência, além de minimizar na medida do possível a dor daqueles que sofrem.  Enquanto não tomarmos a responsabilidade para com nossos animais, não há como reverter essa situação.
Num futuro próximo, a atenção e o respeito aos animais serão vitais a vida humana na terra.
* Os artigos são de inteira responsabilidades de seus autores.                                                                            
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Remédios Letais
Por Ronaldo Rocha
(Publicado no Jornal Cachoeiras em 23/06/2012)

Legamos do passado a dependência aos insumos agrícolas dominados pelos perigosíssimos clorados DDT e BHC entre outros utilizados nos anos 70. O DDT foi muito útil no combate ao vetor da malária e dengue, tendo grande importância na erradicação do Aedes aegypti nos anos 50. No Brasil em 2009, após intermináveis pressões populares, finalmente foi proibida a importação, exportação, estoque, comercialização e uso de formulações a base de cloro. Se propagam na cadeia alimentar e nas lavouras ou em processos de reflorestamento liga-se aos sedimentos do solo; pela lixiviação contamina as águas e volatilizados envenenam o ar, também são absorvidos por microorganismos vegetais e animais.
Hoje os organofosforados e piretróides dominam o mercado. Apenas um terço dos produtores rurais calcula a quantidade recomendada através de complicadas bulas e menos de um quinto se utilizam de cálculos agronômicos. A fiscalização no campo visa mais a comercialização, não existe vigilância nem orientação para uma aplicação segura.
Os riscos não se limitam ao lavrador, os resíduos químicos alcançam o solo e as águas subterrâneas; nossas frutas, legumes e hortaliças de cada dia podem conter resíduos desses produtos.
O governo brasileiro registrou no ano passado mais de 8 mil envenenamentos por agrotóxicos e segundo a ANVISA, 130 empresas produzem 2400 diferentes tipos de produtos. Em 2010 foi negociada quase uma giga grama de agrotóxicos no país, movimentando perto de US$ 7,3 bilhões.
São de difícil degradação, acumulam-se nos ecossistemas terrestres e aquáticos e geram um exército de pragas resistentes que exigem formulações cada vez mais impactantes. Técnicas alternativas de combate, defensivos naturais e alimentos ecologicamente corretos vêm ganhando cada vez mais espaço junto ao consumo, que cada vez mais de conscientiza dos sérios danos causados pelos remédios que matam lentamente.
A limpeza das frutas, legumes e hortaliças antes do consumo, além de eliminar microorganismos, reduz a contaminação química. As frutas devem ser lavadas com sabão, água corrente e descascadas e as hortaliças, além de abluídas, imersas em água com limão por vinte minutos.
* Os artigos são de inteira responsabilidades de seus autores.                                                                          
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Adote um animal
Por Ronaldo Rocha
(Publicado no Jornal Cachoeiras em 09/06/2012)

A adoção com responsabilidade é um dos mais admiráveis gestos que provêm da alma humana, quem adota se preocupa com a criação divina e fortalece o approach da bondade, que cada vez mais se perde nas sendas dos tempos modernos. O convívio com os animais é uma das poucas ligações que o homem contemporâneo ainda mantém com a natureza.
Os animais são nossos coadjuvantes nessa terrena missão, nos acompanham a milhares de anos, emprestando a sua fidelidade e contribuindo para o bem estar da humanidade.
Policiam, resgatam vítimas de afogamento, incêndios e terremotos, guiam cegos, elevam o astral de idosos asilados, proporciona melhor interação nos manicômios, abrandam as dificuldades dos autistas e dos portadores de necessidades especiais, como os auditivos, locomotivos e visuais. Em crianças dependentes de cuidados específicos, contribuem melhorando a autoestima, estimulando as habilidades pessoais e a comunicação não verbalizada. O afeto com os animais estimula nosso cérebro a produzir a endorfina e serotonina, neurotransmissores relacionados ao nosso bem estar. São capazes de antever uma crise convulsiva em epiléticos e perceber o aumento da curva glicêmica em diabéticos.
O contato com os animais remete-nos ao mundo real, de toque, presença, troca, autodescoberta e tornam-nos melhores, mais esperançosos, sensíveis e tolerantes.  Para uma boa formação social e psicológica, que acontece na idade evolutiva da criança, a relação equilibrada com animais é fundamental.
É de conhecimento que a convivência harmônica com os animais reduz a hipertensão, ansiedade e depressão.
Proteger um animal desamparado é uma obrigação, pois somos os únicos responsáveis pelas mazelas, dor e sofrimento que passam nas curvas da vida humana.
Temos ferramentas para reverter a situação de abandono, maus tratos e posse irresponsável. Só depende de nós. 
Adote um animal, a natureza lhe recompensará. 
* Os artigos são de inteira responsabilidades de seus autores.

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